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Amazonizar no Kulturytring: música da Amazônia do Amapá à Noruega

  • Foto do escritor: Rodrigo Braz Vieira
    Rodrigo Braz Vieira
  • 23 de jun.
  • 5 min de leitura

Em meio à celebração do Kulturytring 2025, em Drammen, Noruega, tivemos o prazer de conversar com os artistas do projeto Amazonizar, que estão empolgados com a oportunidade de cantar na Noruega e apresentar um pouco da cultura vibrante de seu estado natal, o Amapá, e da Amazônia brasileira como um todo.

Konsert med Amazonizar Kulturytring 2025 Brasil

O trio – Enrico Di Miceli, Finéias Nelluty e Brenda Melo – representa diferentes gerações e linguagens da música amazônica. Unidos em um espetáculo inédito, eles trazem ao palco uma fusão contemporânea com raízes profundas: os tambores do marabaixo e do batuque, a espiritualidade dos povos indígenas e quilombolas, e a estética sonora das margens do rio Amazonas.

Em tempos de maior consciência ambiental, cultural e ecológica, especialmente com a proximidade da COP-30, que será realizada em Belém do Pará, o show Amazonizar surge como um ato de afirmação cultural e um convite à escuta, ao encontro e à valorização dos saberes e sons da floresta. A seguir, você confere a entrevista exclusiva que fizemos com os artistas.


Entrevista com os artistas do Amazonizar


Como surgiu a ideia do projeto Amazonizar e o que esse nome representa para vocês, pessoal e artisticamente?

(Fineias Nelluty)A partir do convite do Festival Kulturytring. Unir três artistas que têm carreira solo se tornaria mais representativo para mostrar essa cena musical da Amazônia Amapaense. O nome Amazonizar vem de um verbo criado pelo grande poeta da Amazônia, Joãozinho Gomes, que representa a força dessa cultura dos povos originários da floresta, dos afrodescendentes e dos ribeirinhos.


O que vocês desejam transmitir com a música de vocês para um público norueguês e internacional que talvez conheça pouco a cultura da região do Amapá e da Amazônia?(Brenda Melo)Queremos transmitir a força, beleza e resistência da cultura afro-indígena amazônica do Amapá, marcada pelos tambores do marabaixo e do batuque, por nossas celebrações comunitárias e por uma musicalidade que nasce da floresta, dos rios, com forte influência caribenha, em virtude de nossa fronteira.Nossa música carrega histórias de ancestralidade, espiritualidade, identidade e afirmação, e é uma ponte viva entre a Amazônia e o mundo. Somos porta-vozes do Amapá neste momento e isso muito nos honra. Afinal, a Amazônia brasileira começa no extremo norte, começa no Amapá – e levar os sons dos tambores de nossa floresta para o mundo é uma missão.


Vocês vêm de uma região com uma herança cultural e rítmica muito rica. Como vocês integram as tradições afro-amapaenses, indígenas e quilombolas na linguagem musical de vocês?

(Enrico Di Miceli)Essa integração se dá através da música contemporânea que criamos, influenciada pelos ritmos dos nossos tambores, especialmente os do marabaixo e do batuque. Por vivermos em uma região de florestas e rios, isso também se traduz em uma linguagem que nasce dessa estética amazônica.


Qual é o papel da natureza – a floresta, os rios, os sons – nas composições e na proposta artística que vocês apresentam com o Amazonizar?

(Enrico Di Miceli)Ela é e nos fornece a base do que criamos. Esses elementos, de alguma maneira, chegam nas nossas melodias, nos nossos versos, no nosso cantar, na nossa forma de pensar, e determinaram a estética do espetáculo. Somos da Amazônia Amapaense, que ambientalmente é a mais preservada do Brasil. Amazonizar com esse espetáculo é preservar quem somos e de onde vivemos.


Muita gente no exterior fala sobre a Amazônia, mas poucos realmente estiveram lá. Na opinião de vocês, por que é importante visitar a região e vivenciá-la pessoalmente? E o que é essencial ver e experimentar na Amazônia?

(Fineias Nelluty)Ainda vemos que muita gente, por não ter vindo à Amazônia, acredita que aqui em nossas cidades cobras e jacarés andam nas ruas – e isso parece engraçado, mas é verdade! É natural que tenham essa visão por conta da grandeza de nossa região… rsrsrs...A Amazônia é um santuário da biodiversidade e hospeda uma bela culinária que é resultado da presença do negro, do indígena e do ribeirinho, bem como uma cultura musical que também descende desses povos. Por isso, e pelo povo hospitaleiro que somos, digo que temos muito a oferecer. A Amazônia é linda!


Como está sendo para vocês apresentar essa música na Noruega, em um evento que valoriza cultura e liberdade de expressão?

(Brenda Melo) É uma grande honra representar o Amapá na Noruega, especialmente com uma música que carrega nossa verdade e nossas raízes. Estamos levando o som dos tambores do marabaixo, do batuque, os cantos de resistência e a força da nossa cultura afro-indígena amazônica para um evento que celebra o multiculturalismo e dialoga sobre importantes questões sociais e ambientais.É um intercâmbio poderoso entre povos, onde o Amapá se apresenta com orgulho, identidade e ancestralidade.


Muitas vezes a Amazônia é associada principalmente a temas ambientais. Como vocês veem o papel da música e da cultura na conscientização e proteção da floresta e de seus povos?

(Fineias Nelluty)É natural que vejam a Amazônia associada aos temas ambientais por conta de sua importância para a vida humana no planeta.Nossa cultura musical é uma ferramenta de grande importância, e por sua abrangência, a usamos para conscientizar as novas gerações sobre o cuidado necessário para mantermos nossa floresta em pé – visto que ainda há uma parcela da sociedade que atenta contra seu bem-estar.


Para terminar, que convite vocês gostariam de fazer ao público norueguês (e a todos que estiverem por perto) para virem assistir ao show Amazonizar durante o festival Kulturytring em Drammen?

(Brenda Melo)Queremos convidar o público norueguês e todos que estiverem por perto a viver uma imersão musical com alma amazônica.O show Amazonizar traz os ritmos, cores e ancestralidades do Amapá, com tambores do marabaixo e do batuque, vozes que cantam nossa história. Venham sentir a força da música que nasce às margens do rio Amazonas e conecta culturas com poesia. Somos resistência e celebramos com alegria nossa floresta. Nos vemos no Kulturytring 2025!


(Enrico Di Miceli)Venham conhecer a musicalidade de uma região muito especial do Brasil: a Amazônia! A Amazônia amapaense, a Amazônia negra, a Amazônia dos tambores, dos ritmos afro-amapaenses.


Convite especial

O espetáculo Amazonizar é um presente da Amazônia brasileira para o público europeu e brasileiro baseado na Noruega – um momento de arte, ancestralidade e reflexão em forma de música. E o melhor: é gratuito e aberto a todos, mesmo sem passe do festival.

🗓️ Data: 24 de junho de 2025🕒 Horário: 15:40📍 Local: Grønland 60, 3045 Drammen, Noruega🎟️ Entrada: Gratuita – evento aberto ao público!

No palco estarão os músicos Enrico Di Miceli, Brenda Melo e Finéias Nelluty, acompanhados por uma banda de excelência:

  • Alan Gomes (baixo)

  • Hian Moreira (bateria)

  • Fabinho Costa (guitarra)

  • Juninho Romano (teclado)

  • Miguel Neto (saxofone e flauta)

  • Nena Silva (percussão)


A música do espetáculo tem uma sonoridade contemporânea e é fortemente influenciada por ritmos afro-brasileiros, caribenhos e indígenas. Amazonizar é uma celebração da Amazônia como ela é: plural, viva, ancestral e cheia de poesia.


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