Rogê Leva a Alma Brasileira à Noruega: Um Encontro com Curyman
- Rodrigo Braz Vieira
- 21 de ago. de 2024
- 4 min de leitura
No Dia da Independência do Brasil, 7 de setembro, Rogê subirá ao palco do Cosmopolite Scene, em Oslo, para sua primeira apresentação na Noruega. Em uma entrevista exclusiva concedida ao Brasil i Norge, o artista compartilhou suas expectativas para esse momento especial, enquanto está em turnê pela Europa com seu nono e mais recente álbum, Curyman. Rogê reflete sobre sua carreira marcada por uma rica evolução sonora e parcerias com nomes de peso como Seu Jorge, Arlindo Cruz, Arthur Verocai, entre outros. Durante uma década, Rogê foi uma presença constante no lendário bar Carioca da Gema, no boêmio bairro da Lapa, no Rio de Janeiro, onde consolidou sua posição na cena musical carioca. Agora, em parceria com Thommy Brenneck, renomado produtor e guitarrista que já trabalhou com estrelas como Amy Winehouse, Jay-Z e Lady Gaga, Rogê explora uma nova sonoridade que transcende fronteiras. Indicado ao Grammy Latino, o artista se vê como um representante da música brasileira no exterior, levando a sofisticação e a energia do seu som para novos públicos.

Rogê, sua carreira tem sido marcada por uma rica evolução musical. Seus álbuns anteriores, como Brasil Em Brasa e Breguelé, têm uma forte influência do samba-rock e do funk. Como foi a transição para o som mais refinado e global do seu álbum Curyman? O que motivou essa mudança de estilo?
Essa transição foi uma evolução natural de quem está sempre em busca de algo novo. A mudança para os Estados Unidos e a parceria com Thommy Brenneck foram fundamentais para o som que compôs o Curyman.
Após uma década dominando a cena musical na Lapa, você decidiu mudar-se para Los Angeles em 2019, o que certamente trouxe novos desafios e inspirações. Como essa mudança influenciou o processo criativo do álbum Curyman em comparação com seus trabalhos anteriores? A parceria com Seu Jorge nos EUA e outras novas colaborações influenciaram o som desse álbum?
A mudança para os Estados Unidos e a cena local de Los Angeles me fizeram enxergar meu trabalho de uma nova maneira, especialmente ao trabalhar com produtores e músicos americanos. Essa abertura para novas influências foi crucial. O Curyman é uma verdadeira fotografia da minha chegada aos Estados Unidos.
Você mencionou, numa entrevista recente, que agora se sente um verdadeiro representante da música brasileira nos Estados Unidos. Como é carregar essa responsabilidade e como isso se reflete no som e nas mensagens do Curyman?
À medida que meu trabalho cresce e a resposta do público aumenta, a responsabilidade também cresce. Representar a cultura brasileira aqui fora não é um privilégio, é uma responsabilidade. Isso se reflete na preparação diária para estar pronto para representar nossa cultura e, especialmente, a música brasileira.
Esta será a sua primeira vez se apresentando para o público norueguês. Como você está se sentindo em relação a isso? Para quem ainda não conhece sua música, como você a descreveria? Quais são os elementos chave que você gostaria que o público percebesse em suas canções e o que eles podem esperar dessa estreia?
Cada nova praça em que me apresento é uma alegria e também um desafio. Como diria o poeta, o artista tem que estar onde o povo está, e cada nova oportunidade de tocar em um lugar diferente confirma que minha música está crescendo e alcançando mais pessoas. A cultura e a música brasileiras têm uma riqueza que equilibra sofisticação e acessibilidade, e é isso que procuro transmitir na minha música – sofisticação na harmonia e nos ritmos, mas sempre com uma conexão forte com a energia do público. Isso é o que mais gostaria que as pessoas percebessem.
Como um carioca que viveu intensamente o Rio de Janeiro, como você descreveria a cidade para os noruegueses? Quais aspectos culturais, paisagens e energias da cidade você acha que mais ressoam com a sua música e que gostaria de compartilhar com o público da Noruega?
Como diria Gilberto Gil, "O Rio de Janeiro continua lindo, o Rio de Janeiro continua sendo". Eu sou eternamente filho desse lugar, e o Rio está presente em cada célula da minha música. O Rio é samba, mar, sorriso e ginga, e esse espírito estará no show que levarei para a Noruega.

O que o público pode esperar do show em Oslo no dia 7 de setembro?
O público pode esperar Curyman na veia: muita brasilidade, energia e amor. Todo o processo, da preparação à entrega, é feito com muito amor.
Para finalizar, que mensagem você gostaria de deixar para o público norueguês e para a comunidade brasileira na Noruega?
A mensagem que quero deixar é que, em cada um de nós, existe uma voz que fala o tempo todo, e essa voz é a que realmente importa. Precisamos aprender a ouvir essa voz interior, pois todas as respostas estão dentro de nós. Então, como diz a canção: "em cada um de nós existe uma voz." Obrigado, muito amor, beijos.
Para comprar ingressos para o show do Rogê no Cosmopolite acesse: Cosmopolite Rogê
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